terça-feira, 31 de agosto de 2010

Hai-Kai

Eclipse

O negro dos
teus olhos, lembram-me
luas eclipsadas.


Órbitas

Dentro do Pôr do sol
Giram órbitas desavisadas,
descuidadas, chocam-se.

Contundência

Defendo expressa e arduamente o meu direito de expressar opiniões de forma contundente. Direito esse que me é deveras apreciado e, diria até, necessário, pois sou pobre em sutilezas, compreendo-as bem, admito, mas foge-me o poder de ser sutil.
No entanto, apesar da minha falta de sutileza, necessito, por motivos diversos, expressar minha opinião e, assim sendo, só me resta a contundência. Não é minha intenção ferir ou incomodar ninguém só é preciso que eu também não me sinta incomodado.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Serenata

Y fue en lo calor de tus besos que mi hallé, que hallé mi lugar. Fue en lo calor de tu pecho que hallé la quietud que tanto cateé en las calles de mí vida.
Ahora mí corazón calma solamente en te ver y ya puedo creer en la felicidad y en las alas que mi hacen caminar sobre las nubes donde el sol calienta cuerpo y alma y el viento tiene lo dulce olor de la eternidad.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Teu corpo me é necessário

Teus braços que me acolhem
Teu cheiro que me extasia
Tua voz que me encanta
Teus olhos que me iluminam
E teu toque que me acalma

Porém não penses erroneamente
Que só preciso do teu corpo
É necessário também teu esprito (do jeito que ele é)
Que acolhe, extasia, encanta, ilumina e acalma

Como vês,
Te sou, por completo, dependente.

Solilóquios Chuvosos [5]

Mais um vez a chuva bate no meu telhado (e um anjo todo molhado soluça no seu flautim) o relógio agora é digital (muito menos romântico), mas o papel e a caneta ainda são as melhores companhias daqueles que acham que vão sofrer.
E eu aqui, em meio a tudo isso, chegando à conclusão de que alguns desses devaneios são necessários, outros não, e escrever ainda é o melhor remédio (pra mim). A chuva bate na janela e leva pro ralo toda essa poeira, deixando certa saudade em seu lugar, mas principalmente lavando todas essas incertezas e agonias... enfim, parece que não vou sofrer (Pirulin lulin lulin...)

Das faces de Hermes [2]

- Então não dessististe?
- Não...
- És por demais confuso.
- Sei disso.
Era o mesmo balcão, do mesmo bar, só não eram as mesmas pessoas (nunca são).
- E agora estás aí lamentando-se de novo.
- O que posso fazer? Isso acaba sempre acontecendo... esse passado me assombra.
- Mas esse passado nem é teu!
- Mesmo assim, me assombra.
- Sabes que podes sempre desistir.
- Não trata-se de desistir, trata-se de necessidade. E também eu não quero desistir.
- Acomodado!
- Não sou. Só acho que isso vai passar.
- E se não passar?
- Daí então verei depois.
- Depois... Sabem que não deves esperar para depois.
- Tu, melhor que ninguém, conheces minh’alma e sabes que, se desistir, ficarei pior.
- Mas será por pouco tempo.
- Não tenho certeza disso.
- Tudo bem. Só não vá contra os teus príncipios.
- Eu sempre vou, meu caro, sempre vou...